Projeto Trilha Rupestre, que une arqueologia e bioeconomia, pode receber selo da Unesco

Iniciativa da UFMS promove cultura, geração de renda e desenvolvimento sustentável em Alcinópolis, Figueirão, Costa Rica e outros municípios da região com sítios arqueológicos

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O compromisso com o desenvolvimento sustentável por meio do trabalho comunitário levou o projeto Trilha Rupestre: Inovações e Tecnologias Sociais na Bioeconomia Local a ser indicado ao selo de certificação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Financiado pela Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul), o projeto busca fortalecer a economia regional a partir do patrimônio arqueológico.

Executada pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) com apoio da Cátedra Unesco, a iniciativa cria uma rota educacional conectando municípios que abrigam sítios arqueológicos com pinturas rupestres.

O objetivo é ensinar sobre cultura e economia local a partir dos vestígios arqueológicos e geopaleontológicos, estimulando a geração de renda e fortalecendo a bioeconomia das regiões envolvidas.

A Trilha Rupestre é uma forte candidata ao selo do programa Unesco-Most Bridges, uma rede científica transdisciplinar voltada à resolução de problemas sociais alinhados aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU.

De acordo com Luiz Oosterbeek, presidente do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas da Unesco e cofundador do Bridges, o projeto pode ser um dos primeiros brasileiros a obter essa certificação por unir desenvolvimento sustentável e envolvimento comunitário.

“O diferencial desse projeto é que ele envolve toda a comunidade, mostrando que é possível transformar de forma unida, respeitando as diferenças da sociedade. O Programa Bridges enfatiza que valorizar a diversidade, e até mesmo as contradições, é essencial, pois um futuro convergente não exclui nem mesmo as oposições”, afirma Oosterbeek.

Para a coordenadora científica da Trilha Rupestre, Lia Raquel Toledo Brambilla Gasques, a indicação ao selo reforça a conexão do projeto com iniciativas globais. “Esse reconhecimento, além de trazer visibilidade, validaria que o nosso trabalho em rede, unindo diferentes profissionais para pensar soluções inovadoras, se adequa aos 17 ODS definidos pela Unesco, com base na sustentabilidade e ciência”, explica.

A Trilha Rupestre e atuação em Mato Grosso do Sul

A iniciativa foi aprovada na Chamada Especial Fundect/UFMS N° 29/2021 - Rotas Rupestres em Mato Grosso do Sul e recebeu um investimento de R$ 500 mil.

O projeto abrange os municípios de Alcinópolis, Bandeirantes, Campo Grande, Chapadão do Sul, Corguinho, Costa Rica, Coxim, Figueirão, Jaraguari, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, Rio Negro, Rio Verde, Rochedo, São Gabriel do Oeste e Sonora, que juntos concentram mais de 740 sítios arqueológicos cadastrados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

A proposta se baseia em seis eixos temáticos: Alimento, Arqueológico, Arquitetura, Arte-Cerâmico, Botânico, Geopaleontológico, Químico-Farmacêutico e Turismo. A ideia é desenvolver produtos comercializáveis nessas áreas, promovendo crescimento econômico sustentável nas comunidades envolvidas.

A certificação da Unesco pode consolidar o projeto como referência nacional e internacional, impulsionando o turismo sustentável e a valorização do patrimônio cultural e arqueológico de Mato Grosso do Sul.

Fonte: MS Todo Dia

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