A Operação Pantanal 2025 será marcada por uma mudança profunda na forma de enfrentar os incêndios florestais, com uma atuação mais integrada e permanente, focada em prevenção, preparação, resposta e apoio à responsabilização.
A nova estratégia foi apresentada nesta semana pelo Major Eduardo Rachid Teixeira, comandante da operação e subdiretor da Diretoria de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, durante o Seminário Internacional de Manejo Integrado do Fogo (MIF).
Entre as principais novidades está o fortalecimento das brigadas comunitárias, que passarão a ter protagonismo nas ações de prevenção e combate, enquanto o Estado assume um papel de apoio técnico e estratégico. “O Estado passa a ser apoio, o Estado é aquela estrutura grande e cara, mas para atender quando der problema”, afirmou o major.
Ao todo, serão 20 equipes de campo, compostas por 177 bombeiros militares dedicados exclusivamente ao Pantanal, além de 350 profissionais de apoio urbano. A operação contará com 11 bases avançadas, 8 guarnições regionais para atender áreas não prioritárias, 4 equipes volantes do GCIF (Grupo de Combate a Incêndios Florestais) e até dois componentes aéreos para dar suporte às ações em solo.
Capacitação especializada também será uma prioridade. Apesar da corporação já contar com um curso de 545 horas de formação, a operação de 2025 prevê a inclusão de especialistas para melhorar o tempo de resposta e ampliar a eficiência no campo.
Um exemplo é a realização do curso do GRETAP (Grupo de Resgate Técnico Animal Pantanal-Cerrado), previsto para maio, que vai preparar equipes para resgates específicos, como o de animais silvestres em meio ao fogo.
Segundo o comandante, a estratégia de combate não pode mais depender apenas do poder público. “Precisamos mudar o paradigma de que o Estado é responsável. O Estado não vai fazer exatamente da forma que os senhores querem, mas pode ajudar”, reforçou, defendendo a integração de esforços com a sociedade.
Para isso, a operação contará com plataformas digitais de comunicação para coordenar melhor as ações no campo. Também estão previstos recursos por meio do Pacto Pantanal e do PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), que irão financiar brigadas comunitárias e promover o desenvolvimento social em áreas vulneráveis do bioma.
A nova abordagem busca não só combater os incêndios de forma mais eficaz, mas também construir um capital social na região pantaneira, reduzir vulnerabilidades e ampliar o papel das comunidades locais na proteção do meio ambiente.
Fonte: MS Todo Dia
Foto: CBMMS
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