O aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses tem provocado mudanças no cenário do comércio internacional e pode abrir novas oportunidades para o Brasil — especialmente para o setor agrícola. Em busca de novos fornecedores diante do impasse com os norte-americanos, a China tem voltado os olhos para o Brasil, com foco na soja.
Segundo a Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), o momento é favorável ao Estado, que pode ampliar sua participação nas exportações do grão. Os produtores sul-mato-grossenses colheram mais de 12 milhões de toneladas na safra 2023/2024 e esperam ultrapassar 13 milhões na próxima safra. A combinação de qualidade, regularidade na produção e uma boa logística de escoamento coloca Mato Grosso do Sul em posição estratégica para atender a crescente demanda chinesa.
A movimentação do mercado ganhou destaque nesta semana após a agência Bloomberg informar que a China adquiriu cerca de 2,4 milhões de toneladas de soja brasileira em uma operação considerada incomumente grande e ágil. Especialistas afirmam que o tamanho e a velocidade da compra mostram a disposição da China em reforçar o abastecimento com fornecedores alternativos aos EUA.
Ainda assim, analistas consideram precoce afirmar que a soja brasileira poderá substituir completamente a americana. O mercado global apresenta uma divisão sazonal natural: o Brasil lidera os embarques no primeiro semestre, enquanto os Estados Unidos predominam no segundo. Atualmente, o Brasil já é o principal exportador de soja para a China, seguido pelos EUA — que direcionam cerca de metade da produção para o país asiático.
Os números das exportações brasileiras refletem esse movimento. Dados do governo federal mostram que, até o dia 21 de março, o país exportou 10,25 milhões de toneladas de soja — um aumento de quase 60% em relação a fevereiro. A média diária de embarques também cresceu mais de 25% na comparação com o mesmo período de 2024.
A expectativa é que o cenário ganhe contornos mais definidos em maio, com a divulgação da balança comercial de abril, quando será possível avaliar com mais clareza os impactos das recentes tensões entre China e Estados Unidos no comércio de grãos.
Fonte: MS Todo Dia
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