MP pede condenação de sete acusados por tragédia no Ninho do Urubu

De acordo com a denúncia, o centro funcionava sem alvará e não possuía o certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros

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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou à 36ª Vara Criminal da Capital a condenação dos sete acusados restantes pelo incêndio que atingiu o Centro de Treinamento Presidente George Helal, conhecido como Ninho do Urubu, do Clube de Regatas do Flamengo. A tragédia ocorreu na madrugada de 8 de fevereiro de 2019 e resultou na morte de dez adolescentes, além de deixar três outros jovens com ferimentos.

Após mais de três anos de instrução criminal e a oitiva de mais de 40 testemunhas, o MPRJ concluiu que há provas suficientes para responsabilizar penalmente os réus. Entre os acusados estão ex-gestores do CT, funcionários ligados à instalação dos contêineres usados como dormitórios e o técnico responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.

De acordo com a denúncia, o centro funcionava sem alvará e não possuía o certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros. O local já havia sido interditado e autuado em outras ocasiões por operar em situação irregular.

A promotoria também destacou diversas falhas estruturais e de segurança nos alojamentos, como janelas gradeadas, portas de correr que emperraram durante o incêndio, e a existência de apenas uma porta de saída, mal posicionada em relação aos dormitórios. O quarto onde os dez adolescentes morreram era o mais distante da saída.

Além disso, os contêineres continham material altamente inflamável e não possuíam sistema de combate a incêndio. Laudos periciais confirmaram que a propagação rápida das chamas foi favorecida por essas condições.

O MPRJ classificou o episódio como uma tragédia evitável e afirmou que a condenação dos réus representa uma resposta penal justa e necessária à sociedade.

Foto: Ricardo Moraes/Reuters

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