Costa Rica recebe mulher repatriada dos EUA em meio à ofensiva contra imigrantes ilegais

Programa federal oferece apoio a brasileiros deportados; MS já acolheu duas mulheres neste ano

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Duas mulheres foram repatriadas para Mato Grosso do Sul entre janeiro e agosto deste ano, em meio à intensificação das ações do governo dos Estados Unidos para conter a permanência de imigrantes ilegais. A informação é do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), que acompanha os impactos da deportação de brasileiros. Uma das mulheres foi encaminhada para Campo Grande e a outra para Costa Rica. As identidades e perfis não foram divulgados.

Segundo levantamento do ministério, das 1.233 pessoas brasileiras deportadas dos EUA no mesmo período, 74% manifestaram a intenção de trabalhar ao retornar ao país. Para acolher esse público e facilitar sua reintegração, o governo federal lançou nesta terça-feira (6) o programa “Aqui é Brasil”, com ações que vão desde o desembarque até a recolocação no mercado de trabalho.

O perfil dos repatriados é majoritariamente masculino: 949 homens, o equivalente a 77% do total. A faixa etária mais comum está entre 18 e 39 anos (64,6%), e a maioria retornou sozinha (89,13%). No entanto, mais da metade (61,39%) foi acolhida por familiares, e cerca de 31% já possuíam moradia própria ou alugada.

Em relação à escolaridade, 53,39% dos brasileiros deportados cursaram ou concluíram o ensino médio, e 15,84% têm ensino superior. Muitos trabalhavam nos Estados Unidos em jornadas acima de oito horas por dia, especialmente nos estados de Massachusetts, Texas e Flórida — regiões com alta concentração de brasileiros. Segundo o MDHC, as condições de trabalho eram geralmente precárias.

Além da intenção de trabalhar, outros 18,3% dos deportados desejam conciliar trabalho e estudo no Brasil, enquanto 4,97% querem se dedicar apenas aos estudos. O dado reforça que a busca por estabilidade social e econômica é a prioridade para quem foi forçado a retornar ao país.

Com duração inicial de 12 meses e orçamento de R$ 15 milhões, o programa “Aqui é Brasil” envolve ministérios, estados e organismos internacionais. O foco está no apoio psicossocial, regularização documental, acesso à saúde, abrigo temporário e encaminhamento profissional.

A iniciativa está estruturada em quatro eixos principais: acolhimento emergencial nos aeroportos; reintegração social e econômica; fortalecimento da governança migratória; e promoção de parcerias com governos, iniciativa privada e sociedade civil.

Na prática, os deportados passam por uma triagem já no desembarque, onde são identificadas vulnerabilidades e encaminhados a políticas públicas nas áreas de saúde, moradia, educação e emprego.

Os estados que mais receberam repatriados neste ano são Minas Gerais, Rondônia, São Paulo, Goiás e Espírito Santo. Apenas Piauí, Roraima e Amapá ainda não foram informados como destino por nenhum dos brasileiros deportados.

Fonte: MS Todo Dia

Foto: Frame Fab/Divulgação

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