A colheita do milho segunda safra avança de forma desigual entre as regiões de Mato Grosso do Sul. Enquanto o sul do estado lidera com 46,2% da área colhida, o norte apresenta o menor índice, com 29,9%. No entanto, é justamente na região norte que estão as lavouras de maior qualidade, com 89% classificadas como boas. Em todo o estado, até o dia 1º de agosto, já foram colhidos 42,7% da área total estimada, o que equivale a cerca de 897 mil hectares.
A região sul — formada por municípios como Dourados, Itaporã, Caarapó e Deodápolis — é a mais adiantada no processo de colheita. Em seguida vem a região centro, com 37,9%. Já a região norte, que abrange cidades como Sonora, Pedro Gomes, Corguinho, Coxim, São Gabriel do Oeste, entre outras, apesar do ritmo mais lento, se destaca pela sanidade das lavouras. Corguinho, por exemplo, tem 100% das plantações em boas condições. São Gabriel do Oeste lidera em área cultivada na região, com mais de 81 mil hectares, seguida por Sonora, com aproximadamente 24 mil hectares.
Segundo monitoramento do Projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS, a região norte registra baixa incidência de pragas e doenças. Entre os problemas detectados estão algumas plantas daninhas, como capim-carrapicho, capim-amargoso e picão-preto, além de pragas como percevejo-marrom e lagarta-do-cartucho, mas em níveis controlados.
Com a colheita iniciada no fim de maio e previsão de se estender até setembro, a área plantada de milho nesta segunda safra em Mato Grosso do Sul é de 2,103 milhões de hectares, com produtividade média esperada de 80,8 sacas por hectare. A estimativa de produção total é de 10,199 milhões de toneladas — um crescimento de 20,6% em relação ao ciclo anterior.
Apesar do bom desempenho em produtividade e qualidade em diversas regiões, o clima tem representado desafios. Ventanias no fim de julho afetaram cerca de 8 mil hectares no centro e sul do estado, com perdas que podem chegar a 40% da produção em áreas de Maracaju, Aral Moreira, Sete Quedas e Itaporã. Além disso, as chuvas ao fim do ciclo têm dificultado a secagem natural dos grãos.
“As chuvas no final do ciclo do milho safrinha têm atrasado a colheita, já que o milho colhido com muita umidade precisa passar por secagem antes de ser armazenado, o que eleva os custos”, explica o assessor técnico da Aprosoja/MS, Flavio Faedo Aguena. “Por outro lado, deixar o milho no campo por mais tempo também é arriscado, pois ele fica exposto às intempéries climáticas. O produtor fica em uma situação complicada.”
Em relação à qualidade das lavouras, os percentuais mais altos de plantações em boas condições estão nas regiões nordeste (93%), norte (89%) e oeste (87%). As regiões sul-fronteira (61%) e sudeste (54%) têm os menores índices. Mesmo liderando a colheita, o sul tem 79% das lavouras em boas condições, 20% regulares e 1% em más condições — desempenho inferior ao norte.
A segunda safra de milho atualmente representa cerca de 46% da área ocupada pela soja no estado, uma queda em relação aos 75% registrados em anos anteriores, indicando mudanças no perfil de cultivo do MS.
Fonte: MS Todo Dia
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