PF indicia Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro por articulação de sanções nos EUA

Ex-presidente e deputado são investigados por tentar influenciar governo Trump contra ministros do STF; PGR avalia se apresentará denúncia formal

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A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por envolvimento em articulações internacionais durante a gestão de Donald Trump, nos Estados Unidos. O parlamentar é acusado de tentar influenciar a Casa Branca a aplicar sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em um momento em que a Corte julgava processos relacionados à chamada trama golpista de 8 de janeiro.

A investigação foi aberta em maio pelo ministro Alexandre de Moraes, relator no STF dos principais inquéritos contra o ex-presidente e seus aliados, como os das fake news, das milícias digitais e da tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito. O pedido partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou indícios de crimes como obstrução de Justiça e coação no curso do processo.

Com o indiciamento, caberá agora à PGR decidir se há elementos suficientes para apresentar uma denúncia formal contra Bolsonaro e seu filho.

Restrições e prisão domiciliar de Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão de Alexandre de Moraes. O ministro entendeu que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas em julho, ao comparecer a manifestações de apoiadores em Brasília no último dia 3.

Entre as restrições estabelecidas pelo STF está a proibição de contato entre Jair e Eduardo Bolsonaro. Ainda no mesmo processo, Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias do deputado e de sua esposa, Heloísa, que também vive nos EUA.

Risco de cassação do mandato

O licenciamento de Eduardo Bolsonaro da Câmara terminou em julho. Desde então, suas ausências passaram a ser contabilizadas oficialmente. Caso o deputado acumule faltas além do limite permitido, pode ser alvo de cassação de mandato já em novembro.

Apesar disso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem sinalizado que a avaliação sobre as ausências pode ser adiada para 2026, após o recesso parlamentar de fim de ano.

Com os desdobramentos mais recentes, o cerco jurídico e político ao ex-presidente e a seu filho se intensifica, enquanto ambos seguem sob investigação em processos que miram diretamente o núcleo bolsonarista.

Fonte: MS Todo Dia/Folha de S. Paulo

Foto: Fotos de Saul Loeb/AFP e Brenno Carvalho/O Globo

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