Manada de porcos-do-mato pode ter levado piloto a arremeter avião antes de queda em Aquidauana

Quatro pessoas morreram carbonizadas; aeronave antiga já havia sido apreendida em 2019 por irregularidades

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Uma manada de porcos-do-mato nas proximidades da pista da Fazenda Barra Mansa, em Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande, pode ter sido a causa da manobra de arremetida feita pelo piloto Marcelo Pereira de Barros pouco antes da queda do avião na noite de terça-feira (23). A aeronave caiu a cerca de 100 metros da cabeceira da pista, explodiu em seguida e deixou quatro pessoas mortas, todas carbonizadas.

Conforme informações repassadas por bombeiros ao Midiamax, Marcelo estava em procedimento de pouso quando avistou os animais, precisando arremeter a aeronave. O avião perdeu altitude logo depois, não conseguiu recuperar estabilidade e caiu. Funcionários da fazenda presenciaram o momento da queda.

O resgate dos corpos foi realizado por uma equipe do Corpo de Bombeiros e durou aproximadamente nove horas devido à dificuldade de acesso ao local. Três militares e uma viatura participaram da operação. Os corpos chegaram ao IML (Instituto Médico e Odontológico Legal) de Aquidauana por volta das 7h30 da manhã desta quarta-feira (24), onde passarão por exames de DNA para identificação antes de serem liberados às famílias.

A aeronave

O avião era um Cessna 175, fabricado em 1958, com 67 anos de uso. Tinha capacidade para quatro ocupantes, três passageiros e o piloto, e não possuía autorização para táxi aéreo. Segundo registros da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), só podia operar sob regras visuais e durante o dia, por não contar com equipamentos necessários para voos noturnos.

O motor original era modelo GO-300, e o peso máximo de decolagem permitido era de 1.066 quilos. A aeronave foi adquirida por Marcelo Pereira de Barros em 9 de março de 2015 e estava registrada em seu nome.

O mesmo avião já havia sido apreendido em 2019 durante a Operação Ícaro, no Aeroclube de Aquidauana. Na época, peritos constataram adulteração nas plaquetas de identificação e certificado de aeronavegabilidade cancelado. A aeronave permaneceu sob posse do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) por três anos, sendo devolvida ao piloto em 2022.

As vítimas

Entre as quatro vítimas está o arquiteto paisagista chinês Kongjian Yu, professor da Universidade de Pequim, doutor pela Universidade de Harvard e consultor do governo chinês, considerado um dos maiores especialistas do mundo em sua área.

Também morreu o produtor e diretor Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, conhecido por projetos como o documentário “Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia” e a série “To Win or To Win”, para o grupo árabe MBC/Shahid.

O diretor de fotografia Rubens Crispim Júnior, dono da produtora Poseidos, também estava a bordo. Ele era formado em Artes Plásticas pela ECA-USP, em São Paulo, e participou de festivais internacionais, incluindo o Short Film Corner do Festival de Cannes.

O piloto e proprietário da aeronave, Marcelo Pereira de Barros, era paulista, mas tinha forte ligação com a região pantaneira. Ele deixa dois filhos, Hugo e Gael.

Fonte: MS Todo Dia

Foto: Divulgação

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