Sob questionamentos da senadora Soraya, dirigente de entidade suspeita de fraude no INSS se cala em depoimento na CPMI

Ex-presidente da AMARBRASIL, investigada por milhares de 'fichas fantasmas', usou habeas corpus e manteve o silêncio durante oitava na Comissão, onde senadora Soraya atua

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Mais um depoente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) permaneceu em silêncio nesta segunda-feira (20) ao ser questionado pelos parlamentares. Felipe Macedo Gomes, ex-dirigente da AMARBRASIL (Amar Brasil Clube de Benefícios), se blindou com um habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para não responder à maior parte das perguntas.

O habeas corpus foi uma estratégia usada, como alegam parlamentares, para evitar a autoincriminação diante de possíveis irregularidades. A comissão investiga a chamada "Farra do INSS", um esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.

O depoimento do ex-dirigente era um dos mais aguardados, já que a AMARBRASIL é uma das entidades que, segundo as investigações, faturou uma alta quantia com os descontos nas aposentadorias. Segundo a senadora por Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke, o trabalho de investigação da CPMI, que por vezes se estende pela madrugada, é fundamental para trazer a verdade à tona e garantir que os aposentados e pensionistas lesados tenham justiça.

A parlamentar tem sido atuante nas oitivas, expondo os dados obtidos pela comissão. Ela foi uma dos presentes que indagou Felipe sobre seu suposto envolvimento no esquema, no entanto, também não foi respondida.

Soraya chegou a comentar sobre a atitude de Felipe em não responder as perguntas. "Seria cômico se não fosse trágico, né... Quem cala, consente! O silêncio de depoentes não vai encobrir os escândalos da Farra do INSS", escreveu na tarde desta terça-feira (21) nas redes sociais.

A Controladoria-Geral da União (CGU) já auditou a AMARBRASIL e encontrou milhares de fichas fantasmas de associações de aposentados que foram criadas ilegalmente, além de outros indícios graves de fraude na entidade, que teria funcionado como fachada para operações financeiras irregulares. Há informações de que a entidade, que tinha autorização para reter até 2,5% dos valores pagos pelo INSS, pode ter movimentado R$ 1,1 bilhão.

O silêncio do ex-dirigente da AMARBRASIL ocorre em meio a um conjunto de depoimentos que buscam avançar na identificação dos responsáveis e na compreensão das brechas administrativas que tornaram o esquema possível.

A comissão já aprovou mais de 170 requerimentos e ainda deve ouvir ex-ministros da Previdência, dirigentes de sindicatos e representantes de órgãos de controle. O colegiado voltará a se reunir na próxima quinta-feira (23), quando estão previstas as oitivas de outros investigados no esquema.

Fonte: MS Todo Dia

Foto: Redes sociais/MSN

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