Mato Grosso do Sul projeta ampliar base florestal em 40% até 2028, com foco em sustentabilidade

Estado pretende chegar a 2,5 milhões de hectares de florestas plantadas; secretário Jaime Verruck destacou papel do setor na economia verde durante evento em São Paulo

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Com cerca de 1,8 milhão de hectares de florestas plantadas, o Estado de Mato Grosso do Sul projeta atingir 2,5 milhões de hectares nos próximos três anos, um crescimento de 40% na base florestal. A expansão será sustentada pelo princípio da sustentabilidade, que hoje orienta as principais empresas do setor.

As declarações foram feitas pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante o evento Bracell 2030 (2025), realizado em São Paulo (SP), na última terça-feira.

O encontro, promovido pela Bracell, em parceria com o jornal Valor Econômico e a Editora Globo, reuniu empresários, autoridades e especialistas para debater o tema “O Brasil na vanguarda do clima: da bioindústria à economia regenerativa”.

Verruck participou do painel “Economia Verde: Como o Brasil pode transformar ativos ambientais em vantagem global”, ao lado da secretária de Meio Ambiente e Logística de São Paulo, Natália Resende, e do embaixador José Carlos Fonseca, com mediação da jornalista Leila Sterenberg.

Sustentabilidade e visibilidade internacional

O secretário destacou a forte exposição internacional do setor florestal, que exporta cerca de 92% da produção de celulose. Segundo ele, essa característica impõe às empresas o compromisso de adotar políticas robustas de sustentabilidade (ESG).

“A exportação de aproximadamente 92% de sua produção de celulose evidencia um elevado nível de interação com o mercado global. Isso exige que as empresas demonstrem suas políticas de gestão sustentável, o que é intrínseco ao modelo de negócio”, explicou Verruck.

Ele também ressaltou que a conformidade ambiental é base de atuação das companhias. “Empresas como a Bracell e a Suzano não iniciam atividades em áreas sem as devidas análises, reservas legais e compensações ambientais. A base de suas operações repousa sobre a legalidade, abrangendo 1,181 milhão de hectares”, afirmou.

Certificação e desafios ambientais

Verruck lembrou que a certificação florestal muitas vezes exige padrões mais rigorosos que o próprio licenciamento ambiental. Ele apontou, porém, que o setor enfrenta desafios no reconhecimento de seus esforços climáticos, especialmente no não reconhecimento, pelo IPCC da ONU, dos créditos de carbono gerados pelo eucalipto plantado.

“O IPCC entende que a captura de carbono é temporária, já que a árvore será cortada. A indústria busca o reconhecimento da colheita, da rebrota e do replantio como técnicas válidas de captura de carbono, sob metodologia específica”, explicou.

Segundo o secretário, o setor deve apresentar um documento na COP30 destacando o papel das florestas plantadas na preservação e na mitigação climática.

Projeção de expansão

Para os próximos anos, Verruck afirmou que Mato Grosso do Sul vive um “crescimento biológico”. A meta é alcançar 2,5 milhões de hectares de florestas plantadas até 2028, acompanhadas de 700 mil hectares de áreas preservadas.

“Se consolidarmos a Bracell e a segunda planta da Eldorado, atingiremos 2,5 milhões de hectares. Atualmente, estamos em 1,881 milhão, e o horizonte de expansão já está em curso”, concluiu o secretário.

Com o avanço planejado, o Estado se consolida como um dos principais polos florestais do país, combinando expansão econômica e compromisso ambiental.

Fonte: MS Todo Dia

Foto: Álvaro Rezende/Secom/Arquivo

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