O projeto FIP Paisagens Rurais, em execução há 5 anos, tem incentivado a recuperação ambiental e produtiva em sete estados do bioma Cerrado. Desde seu início, em 2020, o projeto tem promovido a adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono pelos produtores participantes.
Em Mato Grosso do Sul, foram recuperados 16.800 hectares de áreas degradadas, anteriormente exploradas pela pecuária de corte. Até o momento, o projeto FIP Paisagens Rurais atendeu 6.459 produtores em 66 municípios dos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), 1.130 desses produtores ainda estão recebendo assistência técnica. O projeto, que foi encerrado em junho deste ano, foi coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com recursos do Banco Mundial.
O objetivo era incentivar práticas de manejo sustentável, conservação e recuperação ambiental produtiva, disseminando o uso de tecnologias de agricultura de baixo carbono (ABC), como a integração lavoura-pecuária, a recuperação de pastagens degradadas e o planejamento do uso da terra, conciliando produção agrícola com a conservação da biodiversidade.
Fabiano Pessatti, coordenador de ATeG Bovinocultura de Corte no Senar-MS, explicou que o Senar participou do projeto executando a assistência técnica e gerencial nas propriedades rurais por meio da metodologia ATeG.
A coordenadora do projeto, Bárbara Silva, destacou em nota publicada pela CNA que os resultados mais notáveis nas propriedades atendidas incluíram melhorias no manejo de animais e pastagens, correção e adubação do solo, uso de adubação de cobertura para manutenção da fertilidade, além da construção de terraços e barraginhas para controle de erosão e captação de água da chuva.
Em Mato Grosso do Sul, o projeto foi implementado em 303 propriedades localizadas nos municípios de Campo Grande, Rochedo, Corguinho, Rio Negro, Bandeirantes, Jaraguari, Terenos, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo e Bataguassu, com maior concentração em Rio Negro, Ribas, Santa Rita e Bataguassu. Pessatti ressaltou que os custos da recuperação foram variáveis e financiados pelos próprios produtores, sem o auxílio de linhas de crédito específicas para este projeto.
Desafios da degradação no Brasil
Um estudo realizado pela Embrapa, publicado em fevereiro deste ano na revista internacional Land, revela que o Brasil possui cerca de 28 milhões de hectares de pastagens plantadas em níveis intermediário e severo de degradação, com potencial para serem convertidas em áreas agrícolas. Mato Grosso do Sul é responsável por 15,4% dessas terras degradadas, totalizando 4,3 milhões de hectares.
Para dimensionar o problema, na última safra de soja (ciclo 2023-24), Mato Grosso do Sul cultivou 4,265 milhões de hectares com a oleaginosa, número próximo à quantidade de terras degradadas no estado. Foram mapeados aproximadamente 10,5 milhões de hectares de pastagens em condição severa de degradação e 17,5 milhões de hectares em condição intermediária com bom ou muito bom potencial para conversão para agricultura.
Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pará são os estados com as maiores áreas de terras degradadas dentro desses parâmetros.
Fonte: MS Todo Dia com CGNews
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