Integração lavoura-pecuária impulsiona produção de carne em Mato Grosso do Sul

Devido ao sistema, apesar de redução de 17% no rebanho de gado de corte em 22 anos, a produção de carne no estado cresceu 9%

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Durante o 6º Seminário Técnico de Integração Lavoura-Pecuária da Embrapa Agropecuária Oeste, realizado em Dourados no dia 8 de agosto de 2024, o engenheiro agrônomo Dirceu Luiz Broch, presidente da MS Integração e pesquisador, apresentou dados reveladores sobre a evolução do rebanho de gado de corte e a produção de carne em Mato Grosso do Sul. 

De acordo com Broch, apesar de uma redução de 17% no rebanho de gado de corte ao longo de 22 anos, a produção de carne no estado cresceu 9%, um resultado atribuído ao emprego eficaz do sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Este sistema tem sido fundamental para aumentar a produtividade e a sustentabilidade na agropecuária local.

Broch destacou que, entre 2010 e 2024, a área de pastagens em Mato Grosso do Sul diminuiu 21%, passando de aproximadamente 22 milhões de hectares para 17 milhões. No entanto, o mercado se ajustou com o crescimento das áreas destinadas a grãos, florestas plantadas e cana-de-açúcar.

Atualmente, o estado possui cerca de 3 milhões de hectares dedicados ao sistema ILP, um modelo que nasceu no Centro-Oeste, mais especificamente em Maracaju, e tem evoluído significativamente com novas variedades de soja, espécies forrageiras e técnicas de manejo.

Durante sua palestra sobre o “Panorama da Integração Lavoura-Pecuária em MS”, Broch revelou que, apesar da diminuição do rebanho, a produtividade da soja na safra 2023/24 foi de 48,84 sacas por hectare, com a Fazenda Cabeceira em Maracaju atingindo uma média de 70 sacas por hectare, e até 87 sacas em alguns talhões.

No setor pecuário, a Fazenda Cabeceira obteve um rendimento de carcaça de 53%, com a venda de animais da raça Brangus e Braford ocorrendo após uma média de 17 meses.

Broch também ressaltou a importância da adubação correta para manter a qualidade das pastagens. Ele recomendou a aplicação de fósforo e potássio e alertou sobre a degradação de pastos não adubados, sugerindo o uso de nitrogênio para a recuperação e manutenção da qualidade do solo.

Embora a rentabilidade da pecuária tenha sido menor comparada à soja e ao milho, o sistema ILP proporcionou benefícios significativos para a integração das culturas, melhorando a palhada e a saúde do solo. A rentabilidade por hectare na Fazenda Cabeceira em 2024 foi de R$ 2.520,00 para a soja, R$ 453,75 para o milho safrinha e R$ 297,00 para a pecuária no verão.

Broch concluiu destacando que, para manter a competitividade e a sustentabilidade, os produtores rurais devem adotar práticas mais avançadas de integração, evitando a perda de área para outras atividades demandadas pelo mercado. A Integração Lavoura-Pecuária, portanto, se revela como uma solução eficaz para o desenvolvimento contínuo da agropecuária em Mato Grosso do Sul.

Fonte: MS Todo Dia com CG News

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