Incêndios descontrolados destroem áreas rurais em Costa Rica; moradores denunciam falta de apoio das autoridades

Regiões de Baúzinho e Capela são severamente atingidas por incêndios; mais de 5 mil hectares queimados e prejuízos incalculáveis

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A região rural de Costa Rica, especialmente Baúzinho e Capela, foi duramente atingida por incêndios de grandes proporções nesta sexta-feira (23), em mais um desastre ambiental que assola o município.

O fogo, impulsionado pelo tempo seco e ventos fortes, devastou áreas de pastagens, plantações de cana e propriedades rurais, deixando os moradores locais em estado de alerta e enfrentando o caos com pouca ou nenhuma ajuda das autoridades.

O ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa, relatou os desafios enfrentados pelos produtores e voluntários que atuaram no combate às chamas. Segundo ele, o incêndio se alastrou por duas frentes, chegando muito próximo de áreas habitadas.

“O fogo invadiu as regiões nossas ali, conhecida como Sede Azul, a ponte da Baús, e veio de duas frentes, uma antes da ponte e outra após a ponte do Baús”, explicou.

Mais de 40 pessoas, entre voluntários e funcionários do Grupo Paraná, uniram forças para tentar controlar o incêndio. Apesar dos esforços, mais de 2 mil hectares de terras, incluindo áreas de plantio e cana-de-açúcar, foram consumidos pelo fogo.

“Deus colocou a mão. O fogo chegou a 2 metros das residências, mas não tivemos casas queimadas, porém um curral foi destruído”, disse Waldeli. Ele ainda reforçou que, embora não tenha sido possível estimar o valor total dos prejuízos, a maior perda foi de terras produtivas. "Graças a Deus, não tivemos vítimas humanas."

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No entanto, o ex-prefeito foi enfático ao denunciar a falta de apoio do poder público municipal. “Foi um fogo sem controle e que não houve participação do Corpo de Bombeiros ou do município. Tudo foi combatido por voluntários de Costa Rica”, criticou Waldeli.

Waldeli apontou que os moradores se viram obrigados a soltar o gado nas estradas para salvar os animais. Ele destacou, porém, o apoio do Grupo Tático Operacional (GTO), que ajudou a interditar a rodovia para garantir a segurança e recolher o gado.

Propriedades destruídas e medo constante, afirmam proprietários

Isaías Jackson, pecuarista e proprietário do pesque-pague Recanto do Peixe, na região da Capela, também sofreu com a força destruidora das chamas.

"Queimou tudo, canavial de ambos os lados da rodovia, o fogo até atingiu caminhões de algodão e os destruiu", relatou. Segundo Isaías, o fogo já dura quase uma semana, descendo de Chapadão do Céu, e continua sem controle.

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Ele denunciou a falta de apoio no combate aos incêndios. "Não tem bombeiros suficientes. Eles só combatem na cidade. Quem está se virando são os proprietários rurais, mas o fogo é muito alto e o vento é forte demais", desabafou.

Isaías estima que, apenas em sua região, mais de mil hectares já foram queimados. “Subindo a serra, na entrada de Chapadão do Céu, são mais de 3 mil hectares destruídos”, afirmou.

O fogo ameaçou diversas propriedades, incluindo a de Isaías, que conseguiu salvar sua fazenda, mas viu construções vizinhas serem consumidas pelas chamas.

“O fogo quase atingiu a minha propriedade, mas conseguimos abater o foco na entrada. Alguns vizinhos não tiveram a mesma sorte, perderam currais e outras construções.”

Falta de estrutura e respostas oficiais

A falta de resposta das autoridades locais e estaduais, somada à insuficiente estrutura de combate ao fogo, agravou ainda mais a situação. A atuação dos bombeiros tem se concentrado nas áreas urbanas, enquanto as zonas rurais dependem quase exclusivamente de esforços privados e voluntários.

A Usina Atvos, segundo Waldeli, ofereceu apoio com equipamentos, já que grande parte das áreas atingidas são de plantio de cana-de-açúcar.

A crise desencadeada pelos incêndios expõe a vulnerabilidade das áreas rurais de Costa Rica em situações de emergência e a necessidade urgente de maior investimento em prevenção e combate a incêndios. Enquanto o fogo continua a ameaçar propriedades e vidas, os moradores seguem lutando por conta própria para salvar o que resta.

Fonte: MS Todo Dia

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