A Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão vinculado ao Ministério da Indústria e Comércio, decidiu nesta quarta-feira (18) manter em 16% a taxa de importação para pneus de caminhão. Para os pneus de passeio, foi determinado um reajuste de 16% para 25% pelo período de 12 meses, valor abaixo do solicitado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que pedia um aumento para 35% por 24 meses.
A ANIP, que representa as empresas produtoras de pneus, havia defendido o aumento da tarifa de importação, alegando prejuízos com o crescimento das importações nos últimos anos. No entanto, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) se manifestou contra o aumento, alertando que a medida poderia levar ao sucateamento do setor e da frota de caminhões.
Durante audiência pública na Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados, Everaldo Bastos, representante da Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo), alertou para o risco de greve. Segundo Bastos, os caminhoneiros só conseguem comprar pneus novos devido aos preços competitivos proporcionados pelos importados. "Aumentar o custo para o caminhoneiro é pedir uma nova greve. Os caminhoneiros pararam por causa de 20 centavos no óleo diesel e nossos associados já estão pressionando para não haver aumento dos pneus", afirmou.
Um estudo da Consultoria Guimarães, encomendado pela Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), indicou que um aumento na tarifa de importação, conforme solicitado pela ANIP, poderia impactar a inflação em até 0,25% ao ano no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A meta de inflação do governo para este ano é de 3%.
O impacto inflacionário decorreria da elevação dos custos em cerca de 6% para o setor de transporte rodoviário, o que teria desdobramentos no preço do frete. Vale lembrar que aproximadamente 75% de todos os produtos são transportados por rodovias no Brasil. Todos esses fatores influenciaram a decisão do governo em manter a taxa de 16%.
A decisão do Camex, portanto, foi vista por economistas como uma vitória para os importadores, visando equilibrar a necessidade de proteger a indústria nacional com a urgência de evitar pressões inflacionárias e uma possível crise de abastecimento devido a uma greve dos caminhoneiros.
Agora, a decisão do Camex será encaminhada ao Mercosul para validação, e as novas tarifas deverão entrar em vigor dentro de 15 dias.
Fonte: MS Todo Dia
Foto: Assessoria
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