A população de diversas cidades de Mato Grosso do Sul será diretamente beneficiada com os investimentos bilionários garantidos após o leilão da Rota da Celulose. A concessão de cinco importantes rodovias da região à iniciativa privada vai injetar R$ 10 bilhões em obras de recuperação, duplicação, implantação de acostamentos, terceiras faixas e contornos urbanos, melhorando tanto o escoamento da produção industrial quanto a mobilidade e segurança dos motoristas que cruzam diariamente esses trechos.
Saindo de Campo Grande em direção a Três Lagoas, a BR-262 é a primeira rodovia incluída no projeto. O tráfego intenso provocado pela instalação da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo — investimento de R$ 22 bilhões — alterou radicalmente a realidade da estrada.
“Moro há 30 anos em Ribas do Rio Pardo. O leilão da BR-262 vai melhorar 1000% pra gente. A estrada ficou muito movimentada, mais perigosa, e a concessão vai trazer segurança e agilidade”, afirma João Luiz Marino, que tem uma fazenda e escritório comercial às margens da via.
Rodrigo Sthefanello, empresário do setor de materiais de construção, também vê com otimismo as mudanças. “Estamos acompanhando o crescimento da cidade e a mudança na rodovia é urgente. Acreditamos que com as obras o fluxo vai melhorar e até o comércio vai ser valorizado”, diz.
A BR-262 segue até Três Lagoas, onde está a fábrica da Eldorado Brasil, com aporte de R$ 6,2 bilhões. A cidade já é tradicional rota de caminhoneiros de todo o país.
“Sempre carrego vergalhão por aqui e o trânsito atrasa muito. A concessão deve desafogar o fluxo e tornar as viagens mais seguras”, contou o caminhoneiro César Francisco dos Santos, que trabalha na região desde 2010.
Outro caminhoneiro, Diego Lourenço, que percorre o trecho há cinco anos, também vê as melhorias como urgentes. “A gente só pede que o pedágio seja justo, mas que venham as obras. Vai ajudar muito”, pontua.
Além da BR-262, outras rodovias compõem a Rota da Celulose. Em Inocência, onde a Arauco constrói uma fábrica com investimento de R$ 26 bilhões e geração de 14 mil empregos no pico da obra, a rota inclui trechos da MS-377 e MS-112, acessadas tanto por Campo Grande quanto por São Paulo via Três Lagoas.
Outro eixo importante é a MS-040, que liga Campo Grande a Santa Rita do Pardo. “Se a estrada for mais cuidada, melhora pra todo mundo”, observa o empresário Lucas Barbosa. Em Santa Rita, a empresária Maria Isabel Godoy, dona de um hotel, já vislumbra crescimento com o aumento do tráfego. “A concessão vai trazer mais movimento, mais segurança, e isso ajuda a atrair clientes”, conta.
O trecho também passa pelas MS-338 e MS-395, ligando Santa Rita a Bataguassu. No caminho, comerciantes como Maria José dos Matos, que tem um restaurante na beira da estrada, aguardam com expectativa. “Se melhorar a rodovia, melhora nosso movimento também”, resume.
Em Bataguassu, a BR-267 segue até Nova Alvorada do Sul, completando o corredor. A cidade também vai receber uma nova fábrica de celulose da Bracell, com aporte de R$ 16 bilhões. Será a primeira unidade de celulose solúvel do Estado, utilizada para fabricar fibras como viscose e lyocell.
Para a empresária Sabrina Almagro, que abriu negócio às margens da BR-267, o impacto será imediato. “Estamos aqui há um mês e já percebemos o potencial. A estrada boa vai beneficiar o comércio e também nós, como cidadãs”, afirma.
O vendedor Nestor da Silva Justino, que percorre o trecho entre Casa Verde e Nova Andradina, destaca a falta de terceiras faixas e vê com bons olhos a possibilidade de duplicações. “O movimento é muito grande, e com as melhorias vai facilitar muito nossa vida”.
A concessão das rodovias federais BR-262 e BR-267 e das estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 terá validade de 30 anos. Serão implantados 115 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km em terceiras faixas, além de passagens de fauna, marginais, contornos de cidades e dispositivos de segurança. Toda a malha passará a contar com acostamento.
O leilão foi vencido pelo Consórcio K&G, após quatro grupos apresentarem propostas. Segundo o governador Eduardo Riedel, a Rota da Celulose abrange o chamado Vale da Celulose e marca um novo momento para o Estado. “Foi um sucesso absoluto. São R$ 10 bilhões em investimentos que vão transformar a infraestrutura e garantir o crescimento sustentável da região”, declarou.
A concessão também atenderá às diretrizes do programa estadual Estrada Viva, com ações de preservação da fauna silvestre, passagens específicas para animais, sinalizações educativas e serviço de resgate e reabilitação de fauna, além de campanhas de conscientização com motoristas e moradores.
Fonte: MS Todo Dia
Foto: Saul Schramm/Secom
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