Matheus Santana Galvão, de 21 anos, morreu após passar mal em Campo Grande nesta quinta-feira (2), depois de consumir cachaça. O jovem chegou a ser atendido na UPA do Universitário com náuseas, desconforto no estômago e vômito de líquido escuro, mas não resistiu, mesmo após tentativas de reanimação.

O corpo foi encaminhado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), que realizou exame necroscópico. Amostras foram coletadas para análise toxicológica aprofundada, que deverá indicar a causa da morte em até 30 dias.

Segundo o delegado Wilton Vilas Boas, da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), há suspeita de intoxicação, possivelmente por adulteração das bebidas. “Para comprovação, precisamos aguardar os laudos. Por cautela, recolhemos os frascos entregues pelos familiares na unidade de saúde para perícia”, explicou.

A polícia apreendeu 13 garrafas na loja onde o produto teria sido adquirido. O inquérito apura crimes como: perigo comum qualificado (art. 258 do Código Penal); falsificação ou adulteração de produto alimentício (art. 272 do Código Penal); morte decorrente de fato atípico.

Metanol em investigação

Durante o registro da ocorrência, o irmão relatou que Matheus tinha histórico de consumo frequente de álcool, informação negada pela mãe.

Embora ainda não haja confirmação de que o caso tenha relação com os episódios de intoxicação por metanol registrados no Brasil, a possibilidade é investigada. Segundo boletim, foi solicitada a verificação de eventual contaminação por essa substância.

A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e a SES (Secretaria de Estado de Saúde) acompanham o caso. Em nota, o governo lamentou a morte e garantiu que todas as medidas estão sendo tomadas para esclarecer o fato.

Contexto nacional

O Brasil já registrou seis mortes e 59 notificações por suspeita de intoxicação por metanol neste ano, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Em Mato Grosso do Sul, não há registros confirmados, mas o Procon-MS notificou nove estabelecimentos em 2023 por vender destilados suspeitos, entre eles uísque, vodca e gim.

Autoridades reforçam que consumidores devem evitar produtos vendidos a preços muito abaixo do mercado, pois podem indicar adulteração, sonegação ou risco de contaminação.

Fonte: MS Todo Dia

Foto/vídeo: Divulgação