Investigação aponta lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito envolvendo filhos de desembargadores do TJMS

Ministro cita que movimentações financeiras analisadas indicam que pai e filhos receberam “vantagens financeiras indevidas - propina - de dinheiro em espécie”.

Imagem de compartilhamento para o artigo Investigação aponta lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito envolvendo filhos de desembargadores do TJMS da MS Todo dia

Compartilhe:

Ícone Compartilhar no Whatsapp Ícone Compartilhar no Twitter Ícone Compartilhar por e-mail

Os filhos dos desembargadores Vladimir Abreu da Silva e Sideni Soncini Pimentel continuam no centro dos desdobramentos da investigação que apura um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Documentos analisados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam possíveis crimes de lavagem de dinheiro, recebimento de propina, ocultação de patrimônio e enriquecimento ilícito praticados pelos quatro advogados citados no processo.

Foram mencionados nas sessões que autorizaram a abertura do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), ocorridas em novembro e dezembro de 2025, os advogados:

  • Marcus Vinícius Machado Abreu da Silva
  • Ana Carolina Machado Abreu da Silva
  • Rodrigo Gonçalves Pimentel
  • Renata Gonçalves Pimentel

Esquema de lavagem de dinheiro

Durante o voto pela abertura do PAD, o corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, afirmou que as investigações identificaram indícios de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo Marcus Vinícius e Ana Carolina, filhos de Vladimir Abreu. Segundo ele, os magistrados e seus filhos teriam recebido vantagens financeiras indevidas em espécie.

O ministro destacou que Marcus Vinícius e Ana Carolina realizaram 621 depósitos em dinheiro vivo, somando mais de R$ 1,3 milhão, movimentação considerada incompatível com as atividades declaradas. Campbell também chamou atenção para a proximidade profissional entre os filhos dos dois desembargadores: eles mantêm escritórios de advocacia no mesmo endereço, em Campo Grande.

Enriquecimento ilícito

O relatório do CNJ também aponta forte indício de enriquecimento ilícito por parte de Rodrigo Gonçalves Pimentel, filho de Sideni Pimentel. Após quebra de sigilo fiscal, foi constatado que seus rendimentos declarados aumentaram 174 vezes entre 2017 e 2022.

Em 2017, Rodrigo declarou R$ 52,5 mil de renda anual. Já em 2018, esse valor saltou para R$ 3,1 milhões, chegando a R$ 9,2 milhões declarados em 2022. Além disso, no mesmo endereço dos escritórios foram encontradas 12 empresas vinculadas a Rodrigo, todas sem registro de funcionários, o que aponta para possível existência apenas formal.

Ocultação de bens

A investigação também identificou possíveis tentativas de ocultação de patrimônio por parte de Renata Gonçalves Pimentel, também filha de Sideni Pimentel. Segundo o relatório, Renata teria omitido R$ 4,1 milhões em compras de veículos, possivelmente adquiridos com recursos em espécie de origem não identificada.

A lista levantada inclui 20 veículos, entre eles uma Mercedes GLE 400 avaliada em cerca de R$ 750 mil. Além dos automóveis, Renata teria deixado de declarar ainda R$ 2,7 milhões em imóveis, cinco propriedades foram identificadas pela Receita Federal.


Fonte: MS Todo Dia, com informações do g1 MS
Foto: Reprodução

Você também pode gostar de ler